quarta-feira, 21 de maio de 2014

Maria vai com as outras



  da janela observo um cotidiano em trânsito
passos apressados em todas as direções
um vai e vem urbano, quase mecânico
uma sinfonia, sem melodia e sem regente

vejo corações e almas, não vejo gente
nas gavetas, em casa, os sonhos intactos
esperam pacientes, um dia quem sabe
se quebrem as correntes e se alforriem

aí, talvez, não exista mais capitalismo
nem socialismo, nem anarquismo
só um bando de gente feliz
a viver do jeito que sempre quis

que o mal do século é ver o mundo usando filtros
e se deixar moldar em série, em cópias toscas do original
se angustiar pelos sonhos que não lhes pertencem
que lavam suas mentes em outdoors

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