sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Dona de nada

 
 
seria hoje ou nunca
ela preferia que fosse nunca
mas enquanto ela regava os vasos
ele saltava os muros
 
enquanto ela cosia botões
sonhava com os novos armários
guerreava com seu cabelo rebelde
ele simplesmente não voltava pra casa
 
e quando voltava, não era ele
o mesmo corpo, o mesmo rosto, a mesma boca
até a voz era igual, impressionante!
mas lá estava, os olhos lhe denunciavam
 
e dentro do seu coração gritava, impostor!
mas ele mansamente lhe tomava e esperançosa, ficava
até o dia em que descobriu que ele era um gato
então entendeu que ele sempre seria fiel a si mesmo



Sem comentários:

Enviar um comentário