sexta-feira, 7 de março de 2014

Tempo & Espaço

 
você procura seu próprio caminho
sua voz, sua paz
eu acho lindo essa busca
que vasculha os cômodos
do teu espírito, do teu ser
mas, amor, não busque os porquês
amar é mesmo um ato desmedido
puramente sem sentido
a razão não lhe faz par
não há como ser exato
num terreno tão abstrato
a única coisa que para mim
faz sentido
é sentir o que sinto
e oferece-lo a você
porque o violão mudo
é só uma peça de madeira e aço
o perfume no frasco
é uma fórmula aromática
de essências em átomos
é um pote de ouro
não encontrado
é um sorriso guardado
se o que me resta é
te fazer poesia
então eu faço
até que a tinta acabe
até que a rima se cale
até que o ponto final
faça sentido na frase
ou até que a vírgula
venha me socorrer
e eu possa continuar
a ser a tua poeta


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