eu sei que você nasceu para ser vento
que o azul que sai dos teus dedos
que no papel segreda os teus erros
é o nanquim mais nobre deste mundo
desejo solitário, impuro de tantos excessos
que busca sossego em meio ao caos
o teu silêncio, na rua, em horário de pico
a tua rima lá no céu, tal o sol e a lua
és vento que chega manso
como são os ventos mornos
quase não notei o contorno
o laço em volta do corpo
nem quando foi derradeiro adeus
tão suave foi o abandono